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Barco usado pelos avieiros aquando da sua migração de Vieira de Leiria até ao Rio Tejo e, por vezes, ao Sado. A sua vida era feita na embarcação e por isso tinha divisões próprias de uma casa: um quarto, uma cozinha e uma oficina. Mais tarde, muitos destes pescadores vieram mesmo a fixar-se nas margens do rio, em pequenas casas de caniço e madeira.
Vila avieira do concelho de Salvaterra de Magos que cresceu quando estes pescadores nómadas, a maioria vinda da Vieira de Leiria, se instalaram na zona e começaram a construir casas de caniço e, posteriormente, de madeira. Inicialmente este movimento migratório entre Leiria e os arrabaldes do Tejo era pendular, ou seja, no Inverno chegavam ao rio, no Verão partiam de volta para o mar. Com o tempo a fixação destas gentes do mar no rio que lhes dava sustento foi inevitável, possivelmente pelo custo que as viagens de ida e volta traziam.
Movimentos migratórios originários da praia de Vieira de Leiria - durante o Inverno, e para fugir ao mar revoltoso, vinham para o Tejo procurar sustento (nomeadamente na safra do sável, um peixe de água doce, e da enguia), voltando a casa nos inícios da Primavera. A partir de Vila Franca, vindo de Lisboa, era frequente vermos os avieiros, pequenos povos piscatórios com casas construídas em madeira e com pilares a elevarem-nas acima do rio, nas zonas de Salvaterra de Magos, Valada do Ribatejo, Azambuja, Escaroupim, Porto de Muge, Santarém, Alpiarça e Vale de Figueira. O Rio Sado, embora em menor escala, também recebeu alguns destes pescadores. A partir da primeira década do século XX tronaram-se sedentários, cessando assim as migrações. Ao longo de todos estes anos, nunca foram muito bem aceites pela população local.