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Barco usado pelos avieiros aquando da sua migração de Vieira de Leiria até ao Rio Tejo e, por vezes, ao Sado. A sua vida era feita na embarcação e por isso tinha divisões próprias de uma casa: um quarto, uma cozinha e uma oficina. Mais tarde, muitos destes pescadores vieram mesmo a fixar-se nas margens do rio, em pequenas casas de caniço e madeira.
Movimentos migratórios originários da praia de Vieira de Leiria - durante o Inverno, e para fugir ao mar revoltoso, vinham para o Tejo procurar sustento (nomeadamente na safra do sável, um peixe de água doce, e da enguia), voltando a casa nos inícios da Primavera. A partir de Vila Franca, vindo de Lisboa, era frequente vermos os avieiros, pequenos povos piscatórios com casas construídas em madeira e com pilares a elevarem-nas acima do rio, nas zonas de Salvaterra de Magos, Valada do Ribatejo, Azambuja, Escaroupim, Porto de Muge, Santarém, Alpiarça e Vale de Figueira. O Rio Sado, embora em menor escala, também recebeu alguns destes pescadores. A partir da primeira década do século XX tronaram-se sedentários, cessando assim as migrações. Ao longo de todos estes anos, nunca foram muito bem aceites pela população local.
Festa popular realizada no segundo fim-de-semana de Agosto, de forte carácter tauromáquico mas também com componente religiosa associada - há uma procissão com Fados de teor telúrico. Três são as profissões homenageadas por esta altura: o campino, o forcado e o salineiro.Entre os momentos altos do arraial popular destacam-se a procissão por Terra e por Mar (com a imagem de Nossa Senhora da Vida a chegar a Alcochete numa embarcação típica do Tejo e mostra a profunda ligação dos Alcochetanos ao rio que os sustenta), as largadas de toiros e as sardinhadas (onde se oferecem, na noite de Sábado para Domingo, sardinhas assadas nos fogareiros de rua e pão e vinho, ao som da charanga, bando de músicos irresistivelmente desafinados, que vai passando pelas ruelas).