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Têm um formato invulgar, quase único, especialmente se olharmos para a forma circular da boca e para a enorme quantidade de pequenos dentes que a enchem. Vivem no mar mas sobem aos rios para desovarem, e é neste momento que são apanhadas, por altura do fim do Inverno e início da Primavera, em Fevereiro, Março e Abril. Inicialmente, antes do uso de redes que a permitem apanhar em maiores quantidades, era pescada através de uma fisga, que é uma espécie de ancinho, feito em ferro e incorporado na ponta de um cabo de madeira.
Portugal usa desde sempre a lampreia, já enquanto adulta, como obra gastronómica, sobretudo no famoso arroz de lampreia, ou na lampreia à moda do Minho. A preparação mais habitual passa por lhe retirar a pele, por a esfolar, depois de um golpe na cabeça, e da posterior remoção da tripa, aproveitando o seu sangue para dar sabor ao prato, sendo depois cozinhada de diversas formas, consoante a região. Há roteiros gastronómicos em torno deste petisco, e festivais regionais com especial dedicação a ele, como acontece em Penamacova, por exemplo. É pescada mais frequentemente nos rios Tejo, Douro e Minho - no entanto, é o norte do país, principalmente o Minho, que mais comummente associamos ao seu consumo. Poderá a tradição de se usar lampreia como refeição ser romana, já que estes as criavam para esse fim.
O preço da lampreia tem caído visivelmente nos últimos anos dado o crescimento da sua importação, pondo-a como um produto bem menos nobre do que aquele que era antes visto.
Foram recentemente identificadas três novas espécies de lampreia em território português que, à altura, não se encontraram em nenhum outro país: a da Costa da Prata, a do Sado e a do Nabão, baptizadas assim de acordo com os sítios onde foram encontradas.