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Apesar da festa durar praticamente cinco dias inteiros, todos dão especial atenção a um em específico. No segundo Domingo de Setembro, Monte Gordo faz uma procissão, pela vila e areal adentro, à santa padroeira dos pescadores da terra, Nossa Senhora das Dores. As embarcações engalanam-se como deve ser para este evento, e a praia enche-se de Monte-gordinos numa cerimónia que termina na igreja da vila, com fogo de artifício a iluminar a imagem da santa. Existem, para além da Santa, outras imagens sacras a serem carregadas pelos habitantes da vila. Por vezes, aquando da passagem da procissão pela praia, alguns pescadores esquecem as buzinas que tocam e os foguetes que lançam para lá da rebentação, saltam dos seus barcos, e a nado aproximam-se da Senhora das Dores de quem recebem uma flor que está guardada sob o seu manto, voltando depois para as embarcações e guardando atenciosamente a flor dada. Sendo manifestamente religiosa, conta também com corridas entre embarcações, realização de jogos tradicionais e concertos.
Desde o Ludo, perto de Loulé, até Cacela Velha, aldeia histórica no concelho de Vila Real de Santo António, estende-se este parque ao longo de 60 quilómetros paralelo à linha da costa algarvia. Trata-se, não exactamente de uma ria, mas de um sapal ou laguna, já que a sua origem não está na existência de um vale fluvial como as rias exigem, mas sim de uma barreira de ilhas que a separa do mar. Parte dela está sempre submersa, mas outra está sujeita às vontades das marés, podendo vir à superfície na baixa-mar. Caracteriza-se pela acumulação de sedimentos que coloca o nível dos fundos mais alto do que seria normal esperar. A laguna que se forma, protegida do Oceano por cordões de dunas, goza de grande diversidade faunística (com grande destaque para a avifauna) e florística entre as suas cinco ilhas arenosas e duas línguas peninsulares. Preserva tesouros da natureza animal como algumas aves migratórias vindas do Norte da Europa que aqui passam ou procuram um Inverno mais suave (o pato-real,a piadeira, o pato-trombeteiro, o marrequinho, o borrelho de coleira interrompida, a tarambola-cinzenta, o fuselo, o maçarico-de-bico-direito, o maçarico-real, o alfaiate, o perna-longa, o pilrito-pequeno e o pilrito-comum) ou símbolos do parque (como é a galinha-sultana, a garça-branca-pequena ou a cegonha-branca), ou ainda algumas aves de rapina que no inverno usam a Ria Formosa como zona de caça (vários taranhões, a águia-de-asa-redonda, falcões como o falcão-peregrino, ou outras, nocturnas, como a coruja-do-nabal ou a coruja-das-torres). A importância da ria é também económica já que a maioria desta população lá trabalha, na pesca do robalo, do sargo, da dourada e do linguado; na mariscagem; e na moluscicultura - os bivalves, como a ostra, o berbigão, o lingueirão ou as amêijoas, são predominantes por aqui.
Com cerca de 5000 anos, o túmulo situa-se nas imediações da aldeia de Santa Rita, no extremo sudeste português, junto a Vila Real de Santo António. É constituído por um corredor e uma câmara funerária onde foram identificados, aquando das escavações, oferendas que acompanhavam os mortos na sua viagem para a imortalidade - colares, vasos de cerâmica ou mesmo lâminas. Está, como é comum nestes casos, orientado para nascente (de onde nascem os astros) alinhando assim os mortos com esse ciclo inacabável do nascer e do renascer. É hoje usado para festejar algumas festividades cíclicas como Equinócios e Solstícios.